Refere a sinopse do livro: “O que vês, o que vejo…” abre a cortina para uma conversa entre duas
crianças, fluindo numa deambulação poética acerca de aspectos significativos de
um dia. A fruição da narrativa acontece pela voz de uma e de outra, sendo o
leitor convidado a apreciar a beleza oferecida pelas suas perceções, ora
diversas ou unificadas pelo âmago da infância.
Um
livro que convida a um diálogo plural sobre perceções, emoções e
sensibilidades.
Um
livro que transporta gente e simboliza encontro… pela mão dos afetos, da
proximidade e da história de cada um.
A equipa da ANIP (Associação Nacional de
Intervenção Precoce), Patrícia Valério, Inês Marques, Rita Ângelo, Cristina
Lopes e Diane Gouveia, esteve connosco na Semana da Leitura para nos ler este
fantástico e diferente livro. Era completamente desconhecido “O que vês, o que vejo…” para alunos e
alunas, professoras e professores. Aliás, não acreditavam que existia um livro
ilustrado para cegos.
Este livro, com edição da ANIP, texto de
autoria de Inês Marques e ilustração de Madalena Moniz, é o primeiro livro
editado em Portugal com ilustrações tácteis, do tipo háptico, que mobiliza a
leitura percetiva de crianças invisuais. Um livro que apela a leituras
multissensoriais, sendo capaz de deixar “ler” crianças cegas que ainda não
iniciaram os processos formais de leitura e escrita em braille. Uma narrativa que desenvolve a literacia emergente em
crianças com cegueira e não só.
Como dizem: é que as crianças até aos 6 anos, que não sabem ler ainda em braille,
tenham a oportunidade de, através das ilustrações tácteis, dos bonecos com
braços que saltam da folha e se mexem, de um sol que se empurra da esquerda
para a direita e de um girassol que gira, fazer uma leitura da imagem, tendo em
conta aquilo que o texto lhe propõe.
A animação / promoção da leitura deste livro
superou as nossas expetativas, desvendando-nos novas possibilidades de leituras
e dando-nos a conhecer o desconhecido, um livro háptico. Da intervenção
realizada, destacamos como mais significativo: a qualidade da intervenção da
equipa que adaptou as dinâmicas da atividade às idades e sensibilidades das
crianças, possibilitando-lhes um maior conhecimento e contacto com uma leitura
diferente do habitual; a desconstrução do processo da leitura do livro
ilustrado por um invisual; o conhecimento mais profundo de outra linguagem, o braille, do seu alfabeto e particularidades
desta escrita; o contacto e utilização da máquina de escrita em braille; e, globalmente, o impacto que
teve ao nível das aprendizagens relacionadas com o desenvolvimento pessoal e
social.
Bem hajam pelo vosso excelente trabalho,
gostámos de aprender convosco!
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